A técnica de drenagem linfática manual foi
criada pelo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, em 1936. A Drenagem
linfática então tornou-se uns dos pilares no tratamento de linfedemas. Eles
observaram que a maioria das pessoas quando apresentavam quadros de gripes
crônicas, os linfonodos da região cervical aumentavam de tamanho (GODOY et
al,2004). E começaram aplicar nessas pessoas determinados movimentos de
estimulação física (massagem) e observaram uma melhora no quadro (GODOY et
al,2004). E foi a partir dessas observações que desenvolveram a técnica de
drenagem linfática manual (GODOY et al,2004). Em 1936 a técnica foi publicada em
Paris e vários grupos passaram a incorporar esses conceitos. Um dos primeiros
médicos que acreditou na técnica e incorporou em tratamentos de algumas
patologias foi Asdonk. (GODOY et al,2004).
Segundo
Vinyes (2005), nos últimos anos de sua vida, Vodder cedeu a representação de
seu método à escola de Walchsee, na Áustria e ao professor Foldi na Alemanha. A
grande demanda de aprendizagem da drenagem linfática manual tem dado lugar a
outras novas escolas que colocam em prática o método, compartilhando conceitos,
simplificando e destacando o essencial da drenagem linfática manual, tornando-o
mais compreensível e facilitando sua aprendizagem. Em meados de 1967, foi criada
a Sociedade de Drenagem Linfática Manual, a qual, a partir de 1976, foi
incorporada à Sociedade Alemã de Linfologia. Entre os principais grupos que
utilizam a técnica estão: Földi, Leduc, Asley-Smith, Nieto, Ciucci, Beltramino,
Mayall e outros. Devemos salientar que tais grupos acrescentaram suas
contribuições individuais, principalmente no tratamento de pacientes portadores
do linfedema, porém mantiveram os princípios preconizados por Vodder (GODOY;
GODOY, 2004).
Vodder
nomeou duas linhas que delimitavam as áreas corporais:
-
A linha do sandwish, que dividia
os membros superiores, o antebraço era dividido em face anterior e posterior e
o braço em face antero-medial e póstero-medial. Nas pernas, tinha a linha da
ferradura que era da linha inferior da região poplítea, ascendendo pela coxa,
indo pelo glúteo até 1/3 inferior para superior da prega anal, descendo até a
região infrapoplítea do outro membro. No tronco tem-se a linha média que divide
o corpo em partes: direito e esquerdo, e a linha da cintura, que divide o
abdômen e tronco em superior e inferior (BORGES, 2006).
A
técnica de Vodder baseia-se em movimentos monótonos, lentos, suaves e rítmicos
que respeitam o sentido do fluxo linfático superficial em direção ao terminal
(subclavicular), onde termina a circulação linfática. Essas manobras
fundamentais de Drenagem Linfática Manual foram publicadas por Vodder em 1936,
quando passaram a ser denominadas e classificadas em círculos verticais,
bombeamento, manobras de tração e de torção, conforme relatam Elwing e Sanches
(2010 apud NAVEGANTES; CORRÊA; SANTOS, 2016).
O
método de Vodder, realizado por uma pressão suave nos tecidos determinados e
patologias, é concedido de forma lenta e repetitiva, não realiza o deslizamento
sobre o tecido, mas empurra o tecido cutâneo promovendo um relaxamento. Segundo
Vodder, a técnica é realizada sempre de distal para proximal do segmento e
compreende em dois procedimentos básicos (BORGES, 2010):
-
Captação: é realizado da linfa do interstício para os capilares linfáticos.
-
Evacuação: promove a eliminação da linfa que está dentro dos vasos linfáticos,
levando-os para a região de linfonodos que fica distal à região do edema,
seguindo o sentido do fluxo da linfa.
O
método Vodder apresenta quatro movimentos básicos da massagem de drenagem
linfática manual, que são:
- Círculos estacionários: os dedos são
colocados de forma espalmada sobre a pele, movimentando-se igualmente com o
mesmo tempo realizando círculos estacionários ou espirais contínuos, técnica
muito utilizada em face, pescoço e linfonodos, esse círculo tem uma pressão
digital entre 13 e 40 mmHg, que vai desde a fase inicial, até a metade do
círculo, na fase seguinte, ou sendo na outra metade do círculo, a pressão é
desfeita e o contato com a pele é mantido, até retornar ao ponto inicial
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
-
Bombeamento: nesta técnica utiliza-se o polegar juntamente com os outros
dedos, movendo-os juntos na mesma direção, realizando círculos, as pontas dos
dedos não são utilizadas, sendo todo o controle da técnica realizado pelo
punho. Nesta técnica também a pressão só ocorre na primeira metade do círculo,
na metade seguinte, tem-se apenas o contato, sem a pressão, de forma não
contínua de compressão e descompressão (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
- Técnica de mobilização: este
movimento é feito pela palma da mão, com o conjunto mão-punho. A face superior
do arco entre o primeiro e segundo quirodáctilo da mão do terapeuta é apoiada
na área que será drenada. Realizando um movimento conjunto de rotação externa e
adução de ombro, toda a mão vai se adaptando ao tecido, finalizando na borda
lateral da mão, os dedos estão relaxados e se movimentam acompanhando o
movimento. O posicionamento das palmas das mãos deve estar perpendicular e às
vias de drenagem, os movimentos se repetem de imediato na região adjacente à
região manipulada, baseada em manobras que consistem em arrastar, combinando
vários movimentos, e podem ser posicionadas proximal ou distal, seguindo sempre
o fluxo da linfa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
- Técnica Rotatória: é realizada em superfícies corporais que são relativamente planas, consistindo em vários movimentos individuais; a palma da mão fica sobre a pele relaxadamente e se movimenta tocando com a parte antero-medial da mão, realizando um giro para posicionar a face antero-lateral da mão, iniciando sempre da borda interna da mão para a outra externa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
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